quinta-feira, outubro 23, 2008

Biografia de Isaac Newton

Estou inaugurando hoje mais uma Categoria no blog que é a biografia espero que curtam só lembrando que são textos tirado da própria net e podem conter erros já que não da para conferir tudo, apesar desse incoveniente, boa leitura.

A melhor biografia de Isaac Newton é Never at Rest: A Biography of Isaac Newton de Richard S. Westfall (Cambridge, 1980). Westfall publicou uma versão condensada dessa obra, mais acessível ao público leigo, intitulada The life of Isaac Newton (Cambridge, 1993), que foi publicada em português como A vida de Isaac Newton (Nova Fronteira, 1995).

O Newton que emerge desta obra é um sujeito muito mais complicado, mas também muito mais fascinante, do que a figura estereotipada do gênio que descobriu a lei da gravitação universal quando uma maçã caiu na sua cabeça (história ridícula e falsa, é claro).

Isaac Newton nasceu no dia do Natal de 1642 em Woolsthorpe, Inglaterra, mesmo ano da morte de Galileu Galilei (na verdade, pelo calendário atual já era 4 de janeiro de 1643 - O calendário adotado na Inglaterra estava atrasado em 10 dias).

Era um bebê tão mirrado que achavam que não iria sobreviver. Seu pai, um proprietário rural analfabeto, havia morrido meses antes. Com três anos de idade Newton foi deixado pela mãe, que se casara novamente, com os avós. Desde criança mostrava uma incrível habilidade para construir artefatos mecânicos e objetos de madeira, porém seu primeiro contato com a matemática ocorreu apenas quando tinha 20 anos de idade e já estava em Cambridge.

Ele comprou um exemplar de Euclides para ajudá-lo a entender um livro de astrologia. Newton teria menosprezado os teoremas de Euclides, achando-os auto-evidentes. Aparentemente a paixão de Newton pela matemática só foi despertada com a Geometria de Descartes, que devorou sofregamente e de maneira auto-didata. Os anos de 1664 a 1666 ficaram conhecido como Anni Mirabiles. Em pouco tempo Newton devorara toda a matemática conhecida na época e passara a criar. Descobriu a expansão do binômio que leva seu nome e desenvolveu um método para a solução de problemas com grandezas variáveis denominado por ele "método das fluxões", conhecido hoje como cálculo diferencial e integral. Desvendou a natureza da luz através de experimentos engenhosamente concebidos com prismas, fendas e anteparos.

Deduziu a fórmula da aceleração centrípeta e através dela comparou a aceleração necessária para manter a lua na sua órbita com a aceleração com que os objetos caem na superfície da terra, chegando a conclusão que uma mesma força que fosse inversamente proporcional ao quadrado das distâncias poderia ser a responsável. Em 1669 Newton assume a cadeira lucasiana de matemática do Trinity College da Universidade de Cambridge, sucedendo a Isaac Barrow, grande professor que havia sido muito importante para o despertar de Newton para a matemática. Nesta época ele inventou o telescópio de reflexão, ou newtoniano. A dedicação de Newton à matemática e a filosofia natural nunca mais seria a mesma dos Anni Mirabiles, pois agora ele estava dividido com outras paixões, como a alquimia e os estudos biblícos.

Mas ele continuava refinando suas descobertas, e em 1672 ele publicou um artigo sobre a natureza das cores que foi muito mal-recebido. Excessivamente sensível e exigente, esta recepção foi devastadora sobre Newton, que se retraiu ainda mais e desistiu de publicar outras descobertas, que talvez ainda julgasse incompletas ou imperfeitas. Este retraimento custou caro quando Leibniz publicou antes dele sua descoberta independente do cálculo diferencial e integral. Newton ressentiu-se desse episódio até o fim da vida, tentando a todo custo provar que Leibniz havia roubado suas idéias.

Newton era um sujeito difícil, para dizer o minímo. Diz a lenda que foi Edmond Halley quem conseguiu tirar Newton do seu casulo. Halley teria visitado o amigo e comentado com ele a hipótese de que os planetas seriam atraídos pelo sol por uma força inversamente proporcional ao quadrado da distância. Essa hipótese já era difundida entre os estudiosos da época, mas ninguém tinha conseguido demonstrar matematicamente que uma tal força provocaria necessariamente órbitas elípticas. Newton bocejou e comentou que já tinha resolvido esse problema muitos anos atrás, mas não sabia onde estavam as anotações. Ele pediu alguns a Halley e escreveu um artigo de 9 páginas, intitulado De Motu Corporum (Sobre o Movimento dos Corpos).

No qual ele enunciava as três leis do movimento e demonstrava como uma força centrípeta inversamente proporcional ao quadrado da distância poderia manter os planetas em órbitas elípticas. Espantado, Halley passou a insistir para que Newton publicasse suas descobertas. Newton, o perfeccionista, pediu um tempo para elaborar e organizar suas idéias. E o que poderia ter sido, nas mãos de um cientista preguiçoso, um pequeno artigo, foi tomando o tamanho de uma obra monumental. Halley, que acompanhava tudo, publicou uma resenha sobre a obra, pouco antes de sua publicação, que mostrava seu assombro. A resenha começa assim:

"Esse incomparável autor, depois de finalmente persuadido a aparecer em público, forneceu nesse tratado um exemplo realmente notável dos poderes da mente; e, de uma só vez, mostrou quais são os princípios da filosofia natural e a tal ponto derivou deles suas consequências que parece haver esgotado seu tema, pouco deixando a ser feito pelos que haverão de sucedê-lo".

Este tratado se chama Philosophiae Naturalis Principia Mathematica e foi publicado em 1689 em latim, a língua "oficial" da época. É considerada a maior obra científica da todos os tempos. Seu sucesso foi imediato na Grã-Bretanha. No continente a nova obra foi se impondo mais lentamente, enfrentando a resistência de cientistas como G. W. Leibniz, que consideravam a atração a distância um conceito místico e inaceitável. É curioso isso, que Newton, considerado um dos pilares do racionalismo moderno, tivesse o conceito central de sua obra rejeitado como místico! Mais espantoso é saber que Newton era realmente muito místico, até para os padrões da época. Seus principais interesses eram os estudos teológicos e a alquimia, sá depois vinha a "filosofia natural" como era chamada a ciência na época.

Depois da publicação dos Principia Mathematica Newton se tornou uma celebridade. Foi presidente da Casa da Moeda Britânica, onde perseguiu ferozmente os falsários. Foi condecorado com o título de Sir (primeiro cientista a conquistar essa honraria). Só esporadicamente se dedicou a ciência, publicando revisões de seus trabalhos. Considerava a matemática um "hobby" de sua juventude. Nessa época, quando era presidente da Casa da Moeda e estava a muitos anos longe dos estudos, foi-lhe apresentado um problema elaborado pelo matemático suiço Bernoulli, que tinha sido lançado como desafio aos matemáticos europeus.

Consta que Leibniz teria pedido 6 meses para resolver esse problema; como não conseguisse no prazo, pediu mais 6 meses. Newton recebeu o problema numa tarde, e no dia seguinte, antes de sair para o trabalho, havia resolvido o problema e criado um novo ramo da matemática. Mostraram a solução do problema a Bernoulli sem dizer o nome do autor, ele teria adivinhado que fora Newton, e dito "Conhecemos um leão pelas suas garras".

Isaac Newton morreu em 1727, como presidente da Royal Society, pouco tempo antes de completar oitenta e cinco anos de idade. Foi enterrado na Abadia de Westminster, Londres. Sobre seu túmulo foi inscrito em latim o seguinte epitáfio: "Que os mortais se regozijem por ter existido tamanho ornamento da raça humana".


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