domingo, julho 13, 2008

Círculo virtuoso

Recebi isso a muito tempo por por email e só agora encontrei e resolvi colocar no blog.

Uma senhora estava estacionada no acostamento da rodovia, quando ela viu um homem que se aproximava. Ele quase não viu a senhora, com o carro parado no acostamento, mas logo percebeu que ela precisava de ajuda. Assim parou sua bicicleta e se aproximou. O carro dela cheirava a tinta, de tão novinho.

Mesmo com o sorriso que ele estampava na face, ela ficou preocupada. Ninguém tinha parado para ajudar durante a última hora. Será que ele não iria aprontar alguma? Ele não parecia confiável, parecia pobre e faminto.

Ele notou que ela estava com muito medo e disse:

- "Eu estou aqui para ajudar senhora. Por que não espera no carro onde está quentinho? A propósito, meu nome é Raí".

Bem, tudo que ela tinha era um pneu furado, mas para uma senhora era ruim o bastante. Raí abaixou-se, colocou o macaco e levantou o carro. Logo ele já estava trocando o pneu. Mas ele ficou um tanto sujo e ainda feriu uma das mãos. Enquanto ele apertava as porcas da roda, ela abriu a janela e começou a conversar com ele. Contou que era de Blumenau e só estava de passagem por ali e que não sabia como agradecer pela preciosa ajuda.

Raí apenas sorriu enquanto se levantava. Ela perguntou quanto devia. Qualquer quantia teria sido muito pouco para ela. Já tinha imaginado todos as terríveis coisas que poderiam ter acontecido se Raí não tivesse parado. Mas Raí não pensava em dinheiro. Aquilo não era um trabalho para ele. Gostava de ajudar quando alguém tinha necessidade e Deus já lhe ajudara bastante. Este era seu modo de viver e nunca lhe ocorreu agir de outro modo. Ele respondeu:

- "Se realmente quiser me reembolsar, da próxima vez que encontrar alguém que precise de ajuda, dê para aquela pessoa a ajuda que precisar".

E acrescentou: "... e pense em mim". Ele esperou até que ela saísse com o carro e também se foi pedalando às margens da rodovia.

Tinha sido um dia frio e deprimido, mas ele se sentia bem, indo pra casa, desaparecendo no crepúsculo.

Alguns quilômetros a frente a senhora encontrou um pequeno restaurante. Ela entrou para comer alguma coisa e notou que não era um grande restaurante, o ambiente era um tanto estranho para ela. A garçonete veio até ela e trouxe-lhe uma pequena toalha limpa para que pudesse esfregar e secar as mãos e o cabelo molhado e lhe dirigiu um doce sorriso, um sorriso que mesmo os pés doendo por um dia inteiro de trabalho não pode apagar.

A senhora notou que a garçonete estava com uma gravidez avançada, tal o tamanho da barriga, mas ela não deixou a tensão e as dores mudarem sua atitude. A senhora ficou curiosa em saber como alguém que tinha tão pouco, podia tratar tão bem a um estranho. Então se lembrou de Raí.

Depois que terminou a refeição, enquanto a garçonete buscava troco para a nota de cinqüenta reais, a senhora se retirou. Já tinha partido quando a garçonete voltou e procurou saber onde a senhora poderia ter ido quando notou algo escrito no guardanapo, sob o qual tinha mais 4 notas de 50 reais. Havia lágrimas em seus olhos quando leu o que a senhora escreveu. Dizia:

- "Aceite este dinheiro como um agradecimento a sua simpatia e belo sorriso, como um presente para você e ao filhinho que vai nascer. Alguém me ajudou hoje e da mesma forma estou lhe ajudando. Se você sentir a necessidade de reembolsar alguém, não deixe este círculo de amor terminar com você".

Aquela noite, quando foi para casa e deitou-se na cama, ficou pensando no dinheiro e no que a senhora deixou escrito. Como pôde aquela senhora saber o quanto ela e o marido precisavam disto? Com o bebê para o próximo mês, como estava difícil! Ela virou-se para o preocupado marido que dormia ao lado, deu-lhe um beijo macio e sussurrou:
- "Tudo ficará bem; eu te amo Raí".


"... não feche esse círculo!"

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